EURECA mantém alunos ativos e com a saúde mental em dia durante isolamento

A pandemia da Covid-19 mexeu com as estratégias do Projeto Esporte, União, Respeito e Comunicação (EURECA), realizado em São Paulo pelo Instituto Família Barrichello. As aulas presenciais foram suspensas durante alguns meses, respeitando os protocolos de segurança, mas as atividades continuaram disponíveis de forma virtual. A preocupação com as crianças e adolescentes é integral: o trabalho é realizado para que eles mantenham o corpo ativo, mas também para que estejam com a saúde mental em dia.

Segundo a psicóloga Natália Araújo de Souza, pós-graduada em neuropsicologia psiquiátrica e ligada ao Instituto Família Barrichello desde 2016, foram promovidas ações como os encontros virtuais, com o objetivo de manter o bem-estar psicológico e ser um canal facilitador para que os alunos conseguissem expressar as emoções e os sentimentos, principalmente no período de pandemia. Na prática, foram realizadas enquetes em grupos de WhatsApp, com temas que visavam garantir a saúde psicológica dos atendidos.

Os assuntos foram variados: desde um desenho capaz de representar a emoção no início da quarentena, passando pelas vivências com o isolamento social e o convívio familiar, à temática do Setembro Amarelo – com os transtornos psiquiátricos mais comuns, como ansiedade e depressão. “Essas enquetes com imagens de carinhas (emojis) serviram como um guia para o planejamento dos encontros, de acordo com os aspectos emocionais que surgiam no decorrer das semanas. Esses temas foram abordados de forma leve, mediados pela Comunicação Não Violenta”, disse Natália.

De acordo com a psicóloga, a recepção foi bastante favorável. Os alunos do projeto se mostraram à vontade para compartilhar sentimentos como a solidão, por não ter mais o contato diário com os colegas da escola. “No início da pandemia, relatos como solidão, medos e anseios eram mais presentes nos diálogos. Agora, os participantes já relatam emoções mais positivas, como a alegria em poder retomar o contato com os colegas, poder fazer suas atividades presencialmente, demonstrando perspectivas positivas para o retorno”, afirmou Natália.

 

NECESSIDADES

A psicóloga identificou também que os alunos que participam do EURECA têm poucos espaços no núcleo familiar para expressarem emoções e necessidades. Refletir sobre os aspectos emocionais nesse período de pandemia, segundo Natália, pode minimizar o impacto psicológico do isolamento para esses grupos. O Instituto Família Barrichello complementou a estratégia com vídeos sobre temáticas como lidar com a raiva, benefícios de fazer exercícios e controlar o medo, ‘stop’ das emoções, prevenção ao suicídio e como identificar ansiedade em crianças e adolescentes.

“Notamos uma maior demanda para lidar com as emoções desconfortáveis, como o medo, a raiva, a tristeza, solidão e a ansiedade. Esses vídeos de cunho educativos abordaram de forma dinâmica as técnicas de respiração, reconhecimento de emoções e como lidar com as emoções negativas, podendo os próprios adolescentes tomarem a iniciativa para terem mais controle emocional em suas próprias casas, mantendo o bem-estar e os cuidados com a saúde”, disse a psicóloga.

 

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