Método Águia, uma ‘faculdade da saúde’ para os idosos do projeto Viver Melhor

Criado pelo Instituto Família Barrichello em 2012 com a missão de melhorar a qualidade de vida dos idosos, o projeto Viver Melhor é referência quando o assunto é terceira idade. O programa, que atua em regiões de vulnerabilidade social nas cidades de São Paulo e Mogi Mirim, no interior paulista, promove aulas com o foco voltado para o desenvolvimento de aspectos físicos e motores, socioafetivos, cognitivos e de saúde. Para explicar o sucesso do projeto, é necessário entender a filosofia que abrange o trabalho: o Método Águia.

O nome foi inspirado na ave que simboliza coragem e força, e que também remete à importância da renovação e da manutenção das próprias capacidades para viver bem e com independência por todo o ciclo de vida. Afinal, o ser humano não foi feito para rastejar e merece viver com dignidade e autonomia. A responsável pela implementação da metodologia é Cristiane Peixoto, profissional de educação física formada, mestre em envelhecimento pela USP (Universidade de São Paulo) e doutoranda em neurologia pela Faculdade de Medicina da USP.

Método Águia, uma 'faculdade da saúde' para os idosos do projeto Viver Melhor
Atenção: foto registrada antes da pandemia do COVID-19.

A atuação junto ao Instituto Família Barrichello já rendeu mais de 4 mil beneficiários atendidos pelo Viver Melhor. Segundo Cristiane, os projetos permitiram a validação do método e sua escalabilidade. “Na quinta edição do projeto, estávamos atendendo mais de 1.900 idosos entre Mogi Mirim e São Paulo, totalizando 18 núcleos de atendimento 100% presencial. Em março de 2020, após a necessidade do isolamento social, levamos uma semana para converter o método, a atuação e o monitoramento do projeto para uma versão 100% remota, com excelentes resultados”, afirmou.

Nesse período de pandemia causada pela Covid-19, 60% dos idosos atendidos pelo Viver Melhor seguem ativos através das videoaulas. As perdas, de acordo com Cristiane, se devem às dificuldades de acesso à internet e a falta de conhecimento para lidar com recursos tecnológicos. “Os idosos que se mantiveram ativos relatam manutenção da saúde e citam com frequência a grande contribuição do projeto para a preservação de uma rotina, além do auxílio para combater o desânimo e a solidão. Criamos uma verdadeira comunidade online nos grupos de WhatsApp, nos quais os beneficiários recebem duas sessões de videoaulas por semana, com 60 minutos de duração. Os praticantes podem enviar fotos e vídeos dos exercícios, fazer perguntas e comentários, além de sugerir temas para as aulas seguintes. É um trabalho remoto, mas personalizado”, concluiu.