Projeto ECA inicia novo ciclo com diagnósticos e adaptações

Com o foco no desenvolvimento humano por intermédio do esporte, o projeto ECA (Esporte e Cidadania em Ação) atende crianças e adolescentes que vivem no extremo sul da cidade de São Paulo, na região de Barragem, Marsilac e Parelheiros, zona de alta vulnerabilidade social na capital paulista. O novo ciclo, que também contempla o fortalecimento dos valores familiares e das competências pessoais, é promovido pelo Instituto Família Barrichello, que em julho completou 15 anos de atuação.

Atenção: foto registrada antes da pandemia do coronavírus.

O objetivo do ECA é atender aproximadamente 800 crianças e adolescentes, que serão divididos em cinco núcleos instalados nos CCAs (Centro para Criança e do Adolescentes). No projeto, as ações passam pelo brincar e pelo esporte, linguagens pelas quais são transmitidos conceitos e fortalecidos vínculos. Porém, em virtude da pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), o que faz necessário o isolamento social, o mês de agosto será utilizado para ‘diagnosticar’ os espaços, conforme aponta a coordenadora do projeto, Amanda Busch.

“Inicialmente, o que estamos fazendo é um diagnóstico e avaliação dos espaços para saber o que encontraremos na região. Sabemos que na periferia, por exemplo, a garotada não vive 100% o isolamento social. Algumas famílias mais próximas e conscientes sim, mas diria que entre 70% e 80% vão para a rua, vivem como se estivessem em férias. Nós observamos isso e vamos a campo agora para fazer o diagnóstico. Temos que entender o que eles estão fazendo, como estão fazendo e dialogar sobre a importância da atividade física neste momento”, afirmou.

Além de ser importante, a coordenadora ressalta que a atividade física precisa ser feita de maneira segura. As aulas, portanto, terão foco no desenvolvimento socioemocional, voltadas para as questões de saúde e também com o objetivo de ensinar crianças e adolescentes a praticar exercícios com segurança. “Vamos avaliar o quanto eles estão conscientes disso e o quanto isso é possível. Dependendo do local, é mais difícil o acesso a máscaras ou higienização adequada. É momento de diálogo e diagnóstico”, ponderou Amanda.

“A forma como o atendimento será feito nos CCAs terá de ser revista. Nesse momento, o projeto não poderá ser feito nos moldes em que foi escrito, com atividades esportivas e de expressão corporal duas vezes por semana e turmas com até 35 crianças. A ideia é atender, no máximo, 15 crianças por horário. O que definimos é que as aulas nesse momento serão no período da tarde, ao menos uma vez por semana, respeitando o isolamento social. Repito que o momento é de diagnóstico, mas o que nós temos definido é levar a importância da prática da atividade física de maneira segura, com foco no desenvolvimento da saúde”, concluiu a coordenadora.