Projeto EURECA realiza encontros virtuais com psicóloga e assistente social

O Projeto Esporte, União, Respeito e Comunicação – EURECA, realizado em São Paulo pelo Instituto Família Barrichello, preza pela inclusão de crianças e adolescentes em atividades esportivas, estimulando o desenvolvimento da cidadania por meio do esporte. As ações presenciais estão suspensas desde março, mas as atividades continuam sendo promovidas por meio das redes sociais. Além dos exercícios propostos nas videoaulas e das orientações transmitidas via materiais informativos, o Eureca tem uma preocupação com a saúde mental dos alunos. Por isso, durante a pandemia da COVID-19, são proporcionados encontros virtuais com assistente social e psicóloga.

O serviço social criou estratégias com vídeos informativos e de contação de história, áudios de orientação e motivacionais, além de diversas ações virtuais durante a semana do dia 18 de maio, data que celebra o Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O cronograma seguiu à risca as determinações do Estado, especialmente as políticas públicas da Saúde, Assistência Social e Educação. “O serviço social reconsiderou o seu planejamento e reinventou novos caminhos para a continuidade do trabalho social com famílias, de forma virtual”, destacou a assistente social Ivanise Santos, especialista em gênero e diversidade, que atua desde 2018 no Instituto Família Barrichello.

“Essa situação acentuou o uso das ferramentas tecnológicas. Em decorrência, a escuta qualificada, os atendimentos, orientações em grupo ou individuais, ações e atividades foram realizadas através das redes sociais, das plataformas digitais e das ligações telefônicas. O objetivo foi se apropriar das informações para poder orientar as famílias e construir material de fácil entendimento e acesso para ser publicado nas redes sociais. Todas essas ações fortaleceram os vínculos entre o Instituto e as famílias, ampliaram o conhecimento e acesso aos direitos sociais, estimularam o protagonismo e contribuíram para o bem-estar social, uma vez que as famílias se sentiram acolhidas e amparadas”, completou Ivanise.

O objetivo dos encontros online realizados pelo Eureca também é proporcionar bem-estar e cuidar da saúde psicológica dos alunos, identificando os impactos do isolamento social. “Nestes espaços eles podem compartilhar seus anseios e perspectivas com relação ao momento atual do país e do mundo. Os encontros proporcionam acolhimento emocional aos adolescentes em suas demandas escolares e os desafios desse momento”, comentou Natália Araújo de Souza, psicóloga pós-graduada em neuropsicologia psiquiátrica que trabalha no Instituto Família Barrichello desde 2016.


EMOÇÕES

De acordo com ela, foram apontadas questões como a dificuldade de organizar uma rotina, a falta do convívio com os colegas e a necessidade de ficar em casa sem muitas opções de atividades, além do excesso de informações e pautas relacionadas ao novo coronavírus. “Entre as emoções mais presentes estão o medo, a solidão, a tristeza, a raiva e a ansiedade, que são classificadas como negativas. Porém, elas são muito importantes e devemos escutar o que elas querem nos dizer para aprendermos um pouco mais sobre nós mesmos, e como podemos utilizar nossos recursos internos para desenvolver atividades que promovam mais emoções positivas e ajudem na nossa imunidade, como a alegria, a felicidade a paz e o amor”, disse Natália.

A psicóloga, que toma como base para os encontros virtuais a técnica de comunicação não-violenta do americano Marshall Rosenberg, desafia os alunos a identificarem o que gostam de fazer para se sentirem bem. “Ao final de cada encontro, eles podem compartilhar qual é o sentimento após os diálogos e os mais recorrentes são alívio, alegria e tranquilidade, por terem um espaço no qual podem se expressar e gerar conversas acolhedoras e significativas. Essas atividades tiveram como foco proporcionar aos adolescentes uma reflexão sobre o trabalho, a sociedade e como eles poderão fazer escolhas mais conscientes, incentivando a tomada de atitudes para realizar os projetos de vida”, complementou a psicóloga.