Alunos expressam ansiedade pela retomada das atividades, que seguem acontecendo em quatro núcleos na cidade
Teve início no mês de setembro, em Mogi Mirim, o ano três do projeto Viver Melhor. A iniciativa do Instituto Família Barrichello ajuda idosos a melhorarem o condicionamento físico, promovendo uma vida mais saudável, através da prática sistematizada e regular de exercícios. A exemplo do que ocorreu nos dois ciclos anteriores, as atividades são oferecidas gratuitamente em quatro núcleos instalados na cidade do interior paulista: Acojamba (Associação Comunitária Jardim Maria Beatriz), Clube São José, Ginásio Maria Paula (Vila Dias) e Ginásio do Tucurão.
O fio condutor do projeto é o Método Águia, que atua no desenvolvimento de quatro pilares: trabalho neuromotor, força muscular, cardiovascular e flexibilidade. “Estamos iniciando o ano três, sendo que na segunda etapa do nosso ciclo tivemos a pandemia da Covid-19, uma situação bem complicada que resultou nas atividades remotas, entre outras ações. A proposta agora no terceiro ciclo traz uma evolução bem grande em termos de exercícios, que serão mais combinados e complexos, exigindo dos alunos uma efetiva concentração e execução”, disse o professor Marcelo Hunger, que é auxiliado no núcleo do Tucurão pelo educador Daniel Capra.

As primeiras aulas do novo ciclo foram de adaptação e conscientização – cada atividade é minuciosamente detalhada pelos professores aos idosos, com a finalidade de reduzir ao máximo os riscos de lesão. “Nós revimos todos os conceitos iniciais, como a postura para execução dos movimentos, a importância da parte cognitiva, relembramos também a questão do controle de intensidade de treinamento, falamos sobre frequência cardíaca e, por fim, a parte do alongamento com as posturas e execuções. Os idosos entendem o que estão fazendo e vão evoluir sem riscos de lesão”, afirmou Hunger.
ANSIEDADE – Desde maio, quando o ciclo anterior foi encerrado com direito à formatura no Centro Cultural Professor Lauro Monteiro de Carvalho e Silva, os alunos do Viver Melhor aguardavam com ansiedade a retomada do projeto. É o caso da aposentada Eunice Aparecida Guimarães, de 65 anos. “Já estava demorando (risos). Eu estava ficando enferrujada, mas agora vou entrar no ritmo novamente, vale muito a pena. A convivência com as pessoas também me anima, sentimos falta dos colegas quem não vêm”, contou, destacando o papel dos educadores. “Eles dão muita atenção e explicam direitinho os exercícios para a gente. Daqui para frente as aulas vão ficar mais agitadas e, se o bicho pegar, vou ficar mais feliz ainda (risos)”.
De acordo com Marcelo Hunger, foram várias mensagens enviadas pelos alunos aos professores durante o período de transição para o terceiro ciclo. Nas fases de inscrição e de testes – frequência cardíaca de repouso e força de membros inferiores -, a expectativa só aumentou. “Eu também queria começar logo, fico muito mais disposta quando tem aula”, falou a aposentada Aparecida Conceição Barbosa. Aos 71 anos, ela participa das atividades em Mogi Mirim desde o início do projeto. “Faz uns 20 anos que eu pratico atividades físicas. Hoje mesmo levantei às 5h e já fiz a minha caminhada. Essa conscientização nas primeiras aulas ajuda a entender melhor o nosso corpo, isso é legal. Mas quero que venham logo as aulas agitadas. Eu gosto e não tenho dificuldade, parece que sou elástica (risos)”, finalizou Aparecida.