Viver Melhor fecha 2021 com mensagem de amor e esperança

Retomada das atividades presenciais impactou positivamente os idosos que frequentam os núcleos do projeto em Mogi Mirim

Esperança. É com esse sentimento que os alunos do Viver Melhor encerram 2021 e se preparam para o próximo ciclo em Mogi Mirim, no interior de São Paulo. As aulas do projeto, realizado pelo Instituto Família Barrichello, terminam no dia 21 de dezembro e são direcionadas para o desenvolvimento de aspectos físicos, motores, socioafetivos, de saúde e também cognitivos dos idosos. A pausa será breve, com a retomada logo na primeira semana de 2022. Para os últimos encontros deste ano, serão preparadas atividades com uma temática especial, respeitando a metodologia que passa pelo trabalho neuromotor, de força muscular, cardiovascular e flexibilidade.

De acordo com o professor Marcelo Floriano, a temática para a ‘despedida’ antes do Natal e o Ano Novo terá como pauta o resgate das emoções experimentadas ao longo do projeto. “Queremos transmitir uma mensagem de esperança e de amor. Depois de tudo o que passamos nos últimos dois anos, por conta da pandemia da Covid-19, sabemos que foi um privilégio poder retornar com as aulas presenciais. São atividades que valorizamos ainda mais e percebemos o quanto fazem bem aos alunos e a nós, professores. Esse reencontro tem sido muito satisfatório”, disse.

Vera Lucia Gonçalves Bastos, aluna do Clube São Jose

Auxiliar de escritório aposentada, Vera Lucia Gonçalves Bastos, de 70 anos, é aluna do Clube São José, um dos quatro núcleos que o Viver Melhor tem instalados em Mogi Mirim. Assídua nas aulas, Vera conta que passou por momentos difíceis nos últimos meses. “A volta das atividades é muito especial para mim. Fiquei isolada em casa, entre quatro paredes. Aqui é onde cuido da minha saúde, me sinto feliz, converso com as pessoas e temos professores muito dedicados e atenciosos. Eu, que era totalmente sedentária (risos), me encontrei nesse projeto. Dá para dizer que é a esperança para a minha vida: me encontrei, em matéria de exercício e de cuidar da minha saúde, é tudo o que eu faço. Sou muito grata”, elogiou.

Já a professora aposentada Áurea Bronzatto Adorno, 63 anos, frequenta o núcleo do Acojamba (Associação Comunitária Jardim Maria Beatriz) há apenas um mês, tempo que ela julga suficiente para aprovar o Viver Melhor. “Logo percebi que é muito bom. Acredito que todos precisamos colocar o corpo em movimento, alongar, trabalhar a memória. É muito boa essa reunião de fatores”, afirmou, destacando o valor que dá para as atividades presenciais. “A convivência é muito legal. Eu, particularmente, sou um pouco preguiçosa (risos). Se fico sozinha em casa, acabo não fazendo nada. O retorno nos motiva”.

Áurea Bronzatto Adorno, aluna no núcleo do Acojamba

Áurea diz que a maior dificuldade que sentiu desde o início da pandemia foi o isolamento social. Segundo ela, a falta de calor humano desencadeou uma série de momentos difíceis. “Eu peguei Covid-19, não tive nenhum sintoma grave, mas é algo que mexeu bastante com a cabeça, trouxe muita preocupação. Participando do projeto agora, presencialmente, tenho fé de que o ano que vem será de muita alegria. O Viver Melhor me ajuda a sentir isso. Perceber as pessoas retomando as rotinas que elas tinham é algo que me enche de esperança”, completou.

Vera vai além: para ela, a suspensão das aulas causada pelo coronavírus deve estimular a reflexão sobre a importância do projeto. “Ficar isolada foi super difícil. As minhas duas filhas não me deixaram sequer ir ao mercado. Fiquei dia e noite fechada, passei praticamente a pandemia sozinha. O que ajudou um pouco foi o ‘tal’ do WhatsApp, recebi mensagens de motivação e isso me fortaleceu. Tenho muita fé em Deus e tudo o que peço eu alcanço. Por isso, peço para Deus que o projeto não pare nunca, de jeito nenhum! Muitas pessoas estariam travadas em casa se não fossem iniciativas como essa. Eu mesma sou um exemplo disso. Antes, não erguia os braços, cansava subindo uma escada e hoje sinto que sou outra pessoa. Os professores talvez não saibam o quanto eles fazem o bem para nós”, concluiu.